segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

COMO EVITAR A CIRROSE E SUAS COMPLICAÇÕES

Evitar o excessivo consumo de bebidas alcoólicas,
vacinar-se contra a hepatite B.
Quanto à hepatite C, atenção às pessoas que receberam transfusão sanguínea.
Outros grupos de maior risco são os toxicodependentes (Deve promover-se a não partilha de seringas ou outro material utilizado no consumo de drogas, bem como ouso do preservativo).
Sobre o fígado:
O fígado é o maior órgão do corpo humano e pesa cerca
de 1,5 Kg. Localiza-se na porção superior do abdome,
à direita, debaixo das costelas. O fígado normal é liso e
mole. Funciona como uma fábrica que produz e
armazena produtos químicos.
Tem múltiplas funções:
• Produção de proteínas, bile e fatores
fundamentais na coagulação do sangue.
• Armazenamento de energia importante para os
músculos.
• Regulação de muitos hormônios e vitaminas.
• Eliminação de medicamentos e toxinas incluindo
o álcool.
• Mantém a concentração de açúcar no sangue
dentro dos valores normais.
• Filtra o sangue proveniente do estômago e
intestinos.
• Tem papel fundamental na defesa do organismo
contra as infecções.

O que é a cirrose hepática?

Cirrose hepática é o termo utilizado quando as células
do fígado morrem e são substituídas por tecido fibroso,
semelhante a cicatrizes. A estrutura fica alterada,
formando-se os chamados nódulos de regeneração
resultando na perturbação da circulação do sangue
através do fígado. A substituição do fígado por este tipo
de tecido leva à perturbação do desempenho das suas
funções: a sua consistência fica muito dura e a
superfície irregular e nodular.
O que causa cirrose?
A cirrose é causada por múltiplas situações:
• Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas
• Hepatites provocadas por vírus, as hepatites C e B.

• Excesso de gordura no fígado (a chamada esteato
hepatite não-alcoólica, associada principalmente
à obesidade e diabetes).

• Doenças mais raras (cirrose biliar primária,
hepatite auto-imune, hemocromatose, etc).

Como identificar as causas da cirrose?
De vários modos: pode existir um passado de ingestão de
álcool em excesso ou seja mais de duas ou três doses no
homem e mais de uma a duas na mulher por dia, de acordo com
o peso, por um período superior a 5 anos. Para este efeito
considera-se que, um copo de vinho, uma cerveja, um
uísque, um copo de vinho do Porto contêm
idêntica quantidade de álcool.

Nas hepatites B e C o diagnóstico de certeza é efetuado
através de testes sanguineos: têm que ser pedidos os
“marcadores” das hepatites. Pode ser necessário recorrer
à biopsia hepática, isto é, colher um fragmento do fígado
através de uma agulha apropriada e analisá-lo ao
microscópio.
As bebidas alcoólicas em excesso causam sempre cirrose?
Aproximadamente 10-15% dos etilistas excessivos desenvolvem cirrose hepática.
Isto depende de vários fatores: genéticos, quantidade
ingerida (quanto mais elevada a quantidade maior é o risco),
sexo (as mulheres, para a mesma quantidade, têm um risco
aumentado). A associação com o vírus da hepatite C, B ou da SIDA elevam o risco.
As hepatites causam sempre cirrose?
Só uma determinada percentagem dos infectados com as
hepatites virais evoluem com cirrose.
A hepatite A nunca provoca cirrose.
Dos que contraem hepatite B, 5% ficam com o vírus para sempre, dos quais 20% evoluem para cirrose a médio/longo prazo.
Naqueles com hepatite aguda C cerca de 80% permanecem para sempre com o vírus; destes 20% vêm a desenvolver cirrose.
Quais os sinais e sintomas de cirrose?
A maioria dos doentes com cirrose hepática não
apresenta sintomas. O aparecimento desta doença é
silencioso. Pode desenvolver-se durante muitos anos
sem que nada apareça. Em muitos casos o
médico suspeita da existência da cirrose através de
análises sanguíneas ou dos resultados do ultrasson
abdominal. Este período sem sintomas é a chamada
fase da cirrose hepática compensada.
À medida que a doença progride as alterações da
estrutura do fígado tornam-se mais intensas, podendo
aparecer as complicações.

Sintomas da cirrose:
emagrecimento,
cansaço,
olhos amarelos (icterícia),
acumulo de líquido no abdome (ascite),
vômitos com sangue(chamadas hematemeses, muitas vezes provocadas pela rotura de veias do esófago dilatadas, as chamadas
varizes esofágicas),
alterações mentais (encefalopatia hepática), diminuição da resistência às bactérias com infecções muito graves (septicemias, peritonites).
Uma das complicações mais temíveis da cirrose é o
câncer do fígado chamado carcinoma hepatocelular:
qualquer pessoa com cirrose tem um risco muito
aumentado de evoluir com este tipo de câncer.
A fase - de maior gravidade - em que surgem estas
complicações chama-se cirrose descompensada.
Qual o tratamento da cirrose?
Depende da causa e da fase da doença.
Considerando as três causas mais frequentes (álcool, hepatite C e B),
na fase compensada, deve ser abandonado o consumo
de álcool; para as hepatites existem medicamentos
que em muitos casos conseguem eliminar ou controlar
os vírus.
Na cirrose descompensada, o tratamento é variável
podendo constar de antibióticos, diuréticos (para
eliminar líquidos em excesso), endoscopia com
terapêutica para as varizes do esófago e tratamentos
para impedir o crescimento do carcinoma hepatocelular.
Em outros casos, poderá ser necessário o
transplante hepático, cuja taxa de sobrevida é
acima dos 85%.

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