quinta-feira, 9 de abril de 2009

Considerações sobre a biopsia do fígado

A biopsia hepática e um procedimento que não está isento de riscos (incluindo dor, sangramento e perfuração de outros órgãos) estando ainda sujeita a erros ocasionados quando o tamanho da amostra e insuficiente para analise ou por interpretação inadequada quando o laudo e realizado por um patologista com pouca experiência. Também, por se tratar de um procedimento cirúrgico causa muita ansiedade nos pacientes.

Varias pesquisas estão sendo realizadas para encontrar meios alternativos para determinar o grau de fibrose existente no fígado, mas até o momento os resultados apresentados somente são confiáveis nas duas extremidades da fibrose, determinando com segurança a fibrose mínima e a cirrose, não apresentando resultados úteis ou confiáveis quando os graus de fibrose se situam nas faixas intermediarias (F2 e F3 em especial).

Na Espanha era esperado um método utilizando a tomografia computarizada com um programa especifico do computador, mas passados seis meses do anunciado lançamento nada foi apresentado. Nos Estados Unido muito se falou sobre a Elastografia, a qual utilizando ultra-som de baixa freqüência e ondas elásticas mede a elasticidade do fígado. Os primeiros resultados eram alentadores, melhores que os outros métodos não invasivos, mas quando foi pesquisado em pacientes obesos os resultados eram alterados. Em pacientes com hepatite aguda a elastografia confundia a atividade necro inflamatória com a fibrose. Ante esses graves problemas o FDA não autorizou a aprovação do método.

Assim, apesar dos inconvenientes da biopsia ela continua sendo considerada o "padrão ouro" para definir o real estado em que se encontra o fígado. Por enquanto nada substitui a certeza que uma boa biopsia (interpretada por um bom patologista), pode oferecer.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo