sábado, 9 de janeiro de 2010

A progressão da fibrose e diferente em pacientes que não conseguiram sucesso com o tratamento da hepatite C

Um analise dos dados do estudo HALT-C (Hepatitis C Antiviral Long-term Treatment against Cirrhosis) que acabam de ser publicados na revista Hepatology mostram que a progressão da fibrose em pacientes não respondedores ou recidivantes ao tratamento com interferon e ribavirina não e igual em todos os pacientes.

Demonstram ainda que o tratamento de manutenção, utilizando interferon peguilado (sem ribavirina) por longo período não se mostrou efetiva, não conseguindo nenhum beneficio nos pacientes submetidos a tal terapia de manutenção.

Considerando 346 pacientes não respondedores, isto é, aqueles que em nenhum momento do tratamento conseguiram que o vírus ficasse indetectável, foi observado que dois anos após a interrupção do tratamento apresentavam uma progressão de 61% no grau de fibrose e, após quatro anos da interrupção do tratamento o aumento no grau de fibrose era de 80%.

Entre os 78 pacientes recidivantes, isto é, aqueles que durante o tratamento se encontravam negativos na semana 24 e na semana 48 (final do tratamento), mas que após seis meses o final do tratamento o vírus recidivou mostrando um PCR positivo, foi observado que após três anos do final do tratamento apresentam um aumento de 48% no grau de fibrose e que esse mesmo valor se manteve estável, sem nenhum aumento, até completarem cinco anos do final do tratamento.

Os pacientes submetidos à terapia de manutenção, com a intenção de evitar a progressão da fibrose não demonstrou nenhum beneficio. A progressão da fibrose foi igual nos pacientes submetidos à administração de interferon por até cinco anos como naqueles que nada receberam de tratamento durante o mesmo período, tanto entre os não respondedores como nos recidivantes.

Concluem os autores que a progressão no grau de fibrose , tanto em pacientes que não responderam ou recidivaram após o tratamento, não são lineares. Sugerem que somente com a realização de biopsias repetidas será possível determinar quais pacientes estão evoluindo mais rapidamente no dano hepático, informação importante para poder orientar o médico a traçar estratégias que evitem complicações graves.

MEU COMENTÁRIO:

É necessário esclarecer que o artigo compara quem não respondeu com quem recidivou, assim a interpretação é que em quem não respondeu a fibrose avança tal qual não tivesse tratado e nos recidivantes a progressão fica mais devagar.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo