sexta-feira, 5 de março de 2010

FAAP E SBH alertam: Muitos atletas das décadas de 60, 70 e 80 estão infectados pelo vírus da Hepatite C.

Os números apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são alarmantes: No mundo, cerca de 200 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus da hepatite C. No Brasil, entre dois e três milhões são portadores dos tipos B e C, sendo os atletas das décadas de 60, 70 e 80, uma dos principais grupos de risco.
Com o objetivo de chamar a atenção da população, em especial os atletas, para o problema, o presidente da Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP), Wilson Piazza, estará reunido nesta quinta-feira (4), com o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), Raymundo Paraná, para tratar de campanha nacional de conscientizaçã o visando alertar os atletas que atuaram entre os anos 60 e 80 para o risco de estarem contaminados pelas hepatites virais, principalmente a Hepatite C. A campanha contará com a participação dos tricampeões da Copa do Mundo de 1970.
Segundo pesquisas do serviço de Gastro-Hepatologia da UFBA, referendado por outros centros Brasileiros, muitos atletas daquela época estão contaminados pelo vírus da Hepatite C. Eles não buscam tratamento por não saberem que estão doentes, já que o vírus evolui silenciosamente por décadas, chegando a fases avançadas de insuficiência hepática ao longo de 20 a 40 anos, perdendo assim a chance de diagnóstico e do tratamento em fases reversíveis da doença.

O fato de tantos atletas estarem contaminados pelo vírus da Hepatite C se deve à forma de serem tratados à época. Era comum a utilização de seringas de vidro mal esterilizadas na aplicação de medicamentos. Os ex-atletas, principalmente jogadores de futebol, foram vítimas desta prática não só para aplicação de vitamínicos e estimulantes 9Gluconergan, Energizan, Vitamina B, ect), como também para as famosas infiltrações de corticóide para conter as dores articulares, fruto do desgaste. Neste contexto também foram expostos uma legião de atletas amadores.
Para o presidente da FAAP, Wilson Piazza, lider da seleção brasileira na década de 70, o número de portadores da hepatite é surpreendente. “A impressão que temos é que só não está doente quem não fez o exame e ainda não sabe. Por isso, o trabalho de conscientizaçã o é fundamental para que os ex-atletas procurem as unidades de saúde, façam os exames e, se necessário, o tratamento”, ressaltou Piazza.

Claudio Costa
Grupo Amarantes