quinta-feira, 22 de abril de 2010

Transplantes: Rio no fim da fila

Em um mês, 3 fígados captados no estado seguiram para Minas Gerais e São Paulo, porque médicos não são pagos

Rio - Trezentas e cinquenta e nove pessoas esperam por um transplante de fígado no Rio mas, apesar disso, órgãos captados no estado estão sendo enviados a outras unidades da federação. No último mês, três seguiram para pacientes em Minas Gerais e São Paulo.
“Os pacientes estão preocupados porque está tudo parado. O Hospital Geral de Bonsucesso só faz transplantes duas vezes por semana. E o Fundão está praticamente parado. Os pacientes que estão na fila estão sem perspectivas”, afirma Carlos Roberto Cabral, presidente da Dohe Fígado, associação que reúne pessoas que esperam por um transplante.

Conforme O DIA noticiou este mês, médicos do HGB pararam de fazer transplantes fora do horário de expediente porque não estão recebendo do Ministério da Saúde a complementação pelas horas extras necessárias nos transplantes. Dia 23 de março, liminar da Justiça Federal determinou que o ministério pague a complementação — prevista em lei desde fevereiro — até 23 de maio. O ministério, no entanto, recorreu da decisão. E o impasse permanece.

O problema poderá ser resolvido nos próximos dias. O governo do estado anunciará, na próxima segunda-feira, uma série de mudanças no sistema de transplantes. Uma das novidades é que a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil dobrará o pagamento das equipes do HGB e do Hospital do Fundão, que atuam na captação e na realização dos transplante, e vai pagar a suplementação aos profissionais.

Cirurgias na rede privada

Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser transplantados em mais duas unidades particulares. O governo do estado fechou acordo para que cirurgias ocorram no Hospital Quinta D’Or e no Hospital das Clínicas de Niterói.
Já para melhorar a captação, 16 enfermeiros que trabalhavam na Central Estadual de Transplantes foram deslocados para atuar na captação de doadores no Hospital Getúlio Vargas (Penha), Alberto Torres (São Gonçalo), Azevedo Lima (Niterói) e Adão Pereira Nunes (Saracuruna). “O objetivo é aumentar as captações. Com isso, a gente vai conseguir verificar os problemas nas equipes transplantadoras”, disse o coordenador da central, Eduardo Rocha.