quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O que os médicos deveriam dizer quando são entrevistados para falar das hepatites?

14/10/2013 

A população muito pouco consegue entender quando um médico ao falar durante uma entrevista tenta explicar as hepatites, pois em geral emprega termos científicos, o famoso "mediques", muito valido e necessário para discussões entre profissionais especialistas na doença, mas ininteligível pelo paciente e a população. 

Seguramente que falar utilizando palavras empregadas cientificamente mostra um conhecimento profundo da especialidade médica, mas se a intenção é alertar, divulgar e difundir as hepatites na população a abordagem empregando o "mediques" não vai produzir resultado algum, resultando simplesmente num tiro na água, uma perda lamentável do espaço conseguido na mídia. 

Seguem alguns conselhos dos pacientes explicando aos médicos como deve ser a linguagem e as palavras ou formas de expressão que a população entende e, por tanto, deveriam ser a forma de expressão quando de alguma entrevista ou palestra para a população. 

Hepatite "aguda" - Fale simplesmente hepatite "recente", isto é que a infecção aconteceu recentemente, nos últimos seis meses. A expressão "aguda" em relação a uma doença é um termo desconhecido para a população. 

Hepatite "crônica" - Sempre deve se explicar o que significa uma hepatite "crônica", pois a população entende a palavra "crônica" como uma coisa muito grave, alguns até acham ser fatal. 

Na gravidez deve ser feita a "sorologia" - Fale simplesmente que a pessoa deve realizar os "testes" das hepatites para conhecer se está infectada com alguma hepatite. Sorologia é Grego para a população. 

Desenvolverá "carcinoma hepatocelular" - Fale simplesmente "câncer no fígado", pois é assim que o paciente vai entender. Todo mundo sabe o que é câncer, mas carcinoma é uma palavra desconhecia para a população. 

A hepatite produz "hepatomegalia" - Fale simplesmente que o fígado está aumentado de tamanho por culpa da hepatite, assim todos irão compreender de que se trata. 

O baço está com "esplenomegalia" - É mais simples falar que o baço está aumentado de tamanho. 

É uma doença de transmissão "parenteral" - Por favor, vamos falar que a transmissão acontece por sangue infectada. 

Se existe acumulação de fluidos no estomago é necessário realizar uma "paracentese" - Fale simplesmente que deve ser realizada a retirada da "agua na barriga" por meio de uma agulha. 

TGO, TGP, ALT, TGP, GGT, Transaminases - Tudo é Grego misturado com Sânscrito para a população. Fale simplesmente inflamação do fígado e se quiser caprichar até coloque que é por culpa de diversas enzimas ou dos radicais livres. 

Palavras como "comorbidades", doenças "extra-hepáticas" e tantas outras - Devem ser evitadas, pois ao ouvir isso quem está assistindo muda de emissora, achando que está perdendo tempo à toa e, o entrevistador vai tentar acabar logo com a entrevista e nunca mais o vai convocar achando se tratar de alguém pedante na forma de se expressar. 

Inclusive, porque não falar dessa forma ao atender o paciente? Seguramente a empatia e confiança no médico serão maiores por parte do paciente. Ao entender melhor o que o médico quer dizer a aderência às recomendações aumenta consideravelmente . 


Carlos Varaldo