terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fumar maconha diariamente é fator de risco na hepatite C

A Maconha (Cannabis sativa - marihuana) quando utilizada diariamente e
um fator de risco para os infectados com a hepatite C.

Estudo realizado no departamento de hepatologia do Hospital Henri Mondor, em Paris, pela equipe do Dr. C. Hezode que foi publicado em junho de 2005 no Journal of Hepatolgy (PMID: 15892090 - PubMed) mostra que os portadores de hepatite C deveriam evitar o consumo regular da erva, já que se comprovou uma aceleração significativa na velocidade de progressão da fibroses nestes pacientes.

O estudo, realizado com 270 pacientes, que nunca foram tratados para a hepatite C, com provável data de infecção conhecida, foram submetidos à realização de biópsias. Todos os dados demográficos, epidemiológicos, metabólicos e virológicos eram registrados e ainda foi realizado um criterioso estudo histórico de cada paciente em relação a consumo de álcool, cigarro e maconha, objetivando entender o efeito destes na progressão da doença.

A biópsia foi realizada se usando a escala Metavir , se observando o grau de fibrose, atividade e de esteatose. 52,2% dos pacientes não faziam uso da maconha, 14,8% eram usuários ocasionais e 33% deles usuários diários da erva, passando então a se avaliar a relação entre o consumo da maconha e a progressão da fibrose.

Seis fatores em relação à velocidade de progressão da cirrose foram observados porque estes ficaram acima da média do grupo. Foi utilizado o chamado Fator de Progressão da Fibrose (FPR em inglês) o qual é calculado em função do grau de fibrose observado na biópsia e o tempo de infecção. Aassim, ao se encontrar valores mais baixos o resultado mostra uma aceleração maior da progressão da fibrose.

Um resultado de FPR menor indica uma progressão mais acelerada da fibrose. Assim foi observado que o uso de maconha é o terceiro fator em acelerar a progressão da fibrose entre os seis mais importantes, somente ficando atrás do consumo de bebidas alcoólicas e da esteatose.

Ainda foi observada que o percentual de pacientes com fibroses F3 era
muito superior entre aqueles que utilizavam diariamente a maconha,
independente do grau de atividade encontrada nestes pacientes.

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo




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