domingo, 13 de dezembro de 2009

A idade, o sexo e as possibilidades de curar a hepatite C

O avanço do conhecimento médico se consegue em função de evidencias comprovadas. Um dos melhores ''fornecedores'' desse conhecimento são os resultantes de estatísticas comparando grandes números de pacientes tratados obtidos por diferentes pesquisas, com os quais se consegue melhorar os conceitos dos tratamentos e assim aumentar a resposta terapêutica.

O ano de 2009 foi muito bom nesse sentido e a disseminação desses conhecimentos em congressos e publicações cientificas esta oferecendo aos infectados com as hepatites maiores possibilidades no relativo à quando e como tratar para conseguir uma maior possibilidade de cura.

Na hepatite C números estatísticos que surpreendem em relação à progressão da doença e ao tratamento são resultado de diversos estudos que comprovaram que são fatores muito importantes a ser considerados a idade, o sexo, o grau de fibrose, o tempo de infecção e a menopausa nas mulheres.

Um dos estudos pesquisou a importância da idade na progressão da fibrose selecionando 163 pacientes entre 23 e 84 anos de idade (media de 55 anos) com fibrose F3 ou superior. Foi encontrado de 66% dos homens apresentavam progressão de fibrose mais alta, igual ou superior a F3, mas entre as mulheres somente 41% tinham atingido grau de fibrose similar. Mas ao comparar somente os pacientes com menos de 50 anos de idade foi encontrado que 51% dos homens já tinham atingido esse grau de fibrose, mas surpreendentemente somente 11% das mulheres tinham chegado a sequer um grau F3. Já no grupo com mais de 50 anos, 77% dos homens atingiram a fibrose F3 ou superior e o percentual entre as mulheres atingia 61% delas, quase que igualando o percentual dos homens.

Sempre foi conhecido que mulheres apresentam uma progressão mais lenta que os homens, mas este estudo ao separar por faixas, abaixo e acima dos 50 anos, também inclui entre as mulheres o efeito da menopausa, já que estudos anteriores indicavam que poderia existir alguma correlação entre o estrogênio e a progressão da doença.

A conclusão dos pesquisadores confirma que as mulheres realmente progridem mais lentamente ate atingir a menopausa, mas que após a menopausa a progressão do dano hepático acelera fortemente. Os autores suspeitam que o estrogênio possa, sim, ser benéfico para as mulheres, sugerindo que após a menopausa de mulheres infectadas com a hepatite C a reposição hormonal com estrogênio deveria ser considerada para evitar a aceleração da progressão da fi

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Hepatitis C and Menopause: Interplay of Age, Gender, HCV Replication and Activity in Progression and Consequence for Therapy, Trépo, Bailly, Moreno, Lemmers, Adler, and Pradat - AASLD 2009

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo


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