quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Infectados com AIDS ou hepatites não poderão ter filhos

Sim, essa e a nova lei no Qatar, país árabe. A partir de agora para poder casar os noivos deverão fazer testes e se positivos para AIDS, hepatites B ou C ou doenças genéticas serão proibidos de ter filhos.

A lei do governo do Qatar não somente é discriminatória, como considera que os portadores de algumas doenças são pessoas indignas de fazer parte da sociedade, os excluindo do direito sagrado do ser humano, o de se reproduzir, tal qual o Nazismo tentou fazer com o conceito da raça Ariana. Deveriam oferecer tratamento e não os proibir de ter filhos.

O Grupo Amarantes repudia as autoridades do Qatar e, solicita a todas as organizações que lutam pelos infectados com HIV e Hepatites que se manifestem contra a absurda discriminação.

Absurdo posicionamento, mas o extremismo dessa lei do governo do Qatar me faz lembrar a exigência que os bancos de sangue no Brasil ainda realizam a quem quer efetuar uma doação.

Na entrevista antes da doação se o potencial doador informar que na sua residência existe uma pessoa infectada com hepatite B ou C a doação não poderá ser efetuada, a não ser que o doador saia de casa e permaneça morando fora, longe de seu familiar infectado por mais de um ano, quando então poderá voltar e realizar a doação.

Sim caro leitor, quando já existem testes obrigatórios por lei, como o NAT, que deve ser realizado pelos bancos de sangue e detectam uma hepatite após duas semanas do provável contagio, pois a legislação do Ministério da Saúde, ultrapassada, ainda exige 12 meses de janela imunológica.

Fica ainda mais uma questão: Se 95% dos infectados com hepatite B ou C ainda não sabem que estão doentes, e dessa forma os familiares irão informar que ninguém na família tem hepatite, qual o real alcance dessa entrevista, qual a efetividade dela?

Aparentemente o mundo em vez de encarar as doenças prefere isolar os infectados em guetos. Primeiro foram os seguros de vida e planos de saúde de alguns países que exigem um exame médico para admitir novos clientes, depois políticos de alguns países apresentaram propostas para somente conceder visto de residência após exames de saúde, negando a residência a quem estiver doente. Na hepatite C o estigma após campanhas realizadas em conjunto a outros grupos de risco está fazendo com que a população entenda que todo infectado com hepatite C e usuário de drogas ou infectado com HIV/AIDS, como está acontecendo nos Estados Unidos.

A matéria do jornal árabe, traduzida literalmente a seguir, é encontrada em http://www.gulf-times.com/site/topics/article.asp?cu_no=2&item_no=331652&version=1&template_id=36&parent_id=16