quarta-feira, 20 de agosto de 2014

RECOMENDAÇÕES DE QUANDO E QUEM DEVE INICIAR TRATAMENTO


Conforme as duas sociedades medicas o tratamento deve ser priorizado para os pacientes considerados de alto risco de complicações ocasionadas pela hepatite C, sempre conforme os recursos financeiros disponíveis. 

São considerados pacientes de ALTA PRIORIDADE para receber tratamento da hepatite C com os novos medicamentos os seguintes casos 

- Pacientes com fibrose avançada ou cirrose (F3 e F4 pela escala Metavir). 

- Transplantados de fígado e outros órgãos. 

- Infectados com hepatite C e crioglobulinemia. 

- Infectados apresentado Proteinúria (excreção de albumina na urina), Síndrome nefrótica (conjunto de sinais e sintomas) e Glomerulonefrite membranoproliferativa (doença renal). 

- Infectados com hepatite C com fibrose cística em grau F2 pela escala Metavir. 

- Co-infectados com HIV-AIDS. 

- Co-infectados com a hepatite B. 

- Infectados que apresentam outra doença hepática, por exemplo NASH (esteato hepatite não alcoólica). 

- Infectados com sintomas de fadiga debilitante. 

- Infectados com diabetes tipo 2 (resistência a insulina). 

- Infectados com Porfiria Cutânea Tardia. 

Igualmente, os infectados com alto risco de transmitir a infecção devem ser considerados para receber tratamento independente do grau de fibrose: 

- Homens que fazem sexo com homens com praticas sexuais de alto risco. 

- Usuários de drogas injetáveis infectados com hepatite C. 

- Pessoas infectadas privadas de liberdade, encarceradas. 

- Infectados que realizam hemodiálises por longos períodos de tempo. 

MEU COMENTÁRIO 

A euforia inicial quando da chegada dos novos medicamentos, recomendando tratar todos os infectados, ocasionou aos sistemas de saúde uma despesa extraordinária colocando em risco a sustentabilidade financeira. 

Somente nos primeiros seis meses de comercialização dos novos medicamentos o faturamento das empresas chegou aos seis bilhões de dólares. Tal valor ocasionou o alerta das autoridades de saúde e por isso o novo posicionamento das sociedades medicas. Não existem recursos em qualquer país do mundo para tratar todos os infectados com o preço inicial do sofosbuvir de 84 mil dólares, considerado abusivo por governos, sociedades médicas e os próprios infectados. 

A revisão das recomendações para tratamento dando prioridade aos casos de maior risco imediato considera também que os pacientes com fibrose F2, ou menor, podem aguardar alguns meses até a chegada de novos fabricantes, o que certamente ocasionara uma redução no preço dos tratamentos. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Resumo da publicação da "AASLD - Associação Americana para o Estudo do Fígado" e "IDSA Sociedade Americana de Doenças Infecciosas" 


Carlos Varaldo